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sábado, 9 de fevereiro de 2013

A Igreja é SANTA e SANTIFICADORA - Resposta a um colega do Facebook

Rodrigo, paz de Cristo. Alguns apontamentos que vão em sentido contrário ao que normalmente se houve nos meios eclesiais:
1) Diz-se normalmente que a Igreja é santa e pecadora, mas isto não está correto. Pela nossa santa doutrina, a Igreja é Santa apenas, imaculada. Tanto é que as características constitutivas da Igreja sempre foram consideradas quatro, a saber: 1) Una, 2) Santa, 3) Católica, 4) Apostólica. Pecadores são os membros da Igreja, desde o Papa até o simples fiel. Quando você peca, não é a Igreja que peca, é você que peca contra a Igreja. Se o Papa peca, não é a Igreja que peca, é ele que, mesmo sendo quem é, peca contra a Igreja - embora permaneça infalível quando ensinar como supremo Pastor da Igreja. A Igreja, Corpo Místico de Cristo, é Santa e Santificadora.
2) Diz-se por vezes, principalmente na PJ, que Jesus é um revolucionário. Há um problema nesta qualificação. Jesus nunca foi um revolucionário no sentido marxista, sentido este que expressa a revolução como a necessidade de modificar não apenas o que está desordenado, mas também o que é ordenado. É a mudança por amor à mudança, e não por amor ao bem material e espiritual do homem. É por isso que as principais revoluções dos últimos séculos causaram grandes danos no campo moral principalmente. Deus está na ordem, não na desordem. As ações de Nosso Senhor se pautavam pela justiça, não por um espírito revolucionário. Se você percorrer o Evangelho, verá que as ações de Nosso Senhor podiam causar contrariedade tanto ao povo como aos líderes religiosos. Nosso Senhor combatia e por vezes proibia com sua autoridade algumas coisas não por simplesmente serem antigas ou por um apego juvenil à novidade. Ele fazia isto em vista da patente injustiça, imoralidade ou caducidade da coisa (em razão de sua vinda à Terra). Portanto, a idéia de que Jesus era revolucionário pode trazer a falsa impressão de um Jesus de linha "che-guevariana", um homem que queria simplesmente "chutar o pau da barraca" não importando os meios pelos quais faria isto. O Jesus revolucionário teria descido da cruz.
3) A idéia de que temos que desafiar as disposições doutrinárias da Igreja por que "as coisas tem que mudar" ou porque a hierarquia seria, mesmo que em parte, uma força opressora a ser combatida, é uma idéia tipicamente marxista. É absolutamente falsa a idéia de que devamos fazer oposição à doutrina por compromisso a uma visão revolucionária da história, onde tudo é e tem que ser mutável, mesmo aquilo que aprendemos pela Igreja ser imutável. Rodrigo, temos que discernir tradição e Tradição (com "t" maiúsculo). A Doutrina de Fé e de Moral da Igreja, proclamada pelo Magistério à luz das Escrituras e da Tradição, é imutável. A Igreja, no ensino desta Doutrina, participa da autoridade de Cristo. Em outras palavras, quando a Igreja fala, ensinando a doutrina imutável, é Cristo fala. Quando o Papa proclama uma verdade de fé ou moral, é Cristo quem fala, por meio do Papa. Pensar diferente disso significa dizer que Nosso Senhor deixou a Igreja à mercê não de sua autoridade, mas do livre pensamento do homem, que é falho. Significa dizer que o Espírito Santo não opera com eficácia na Igreja. Rodrigo, é por isso que eu digo, mais uma vez: TEMOS QUE CRER NA AUTORIDADE DA IGREJA. Quando nós cremos na Igreja Católica, como rezamos no Creio, Nosso Senhor nos ampara em todas as dificuldades. As incompreensões são parte integrante da evangelização. Temos dois caminhos: podemos evitar as incompreensões conformando a Fé às modas do mundo ou podemos suportar as incompreensões conservando a Fé. Os mártires de todos os tempos seguiram este último caminho. Veja bem: até agora estou falando da doutrina de Fé e Moral, que nós NÃO CRIAMOS, nem TRANSFORMAMOS, mas RECEBEMOS da Igreja. Paralelo a vivência da Fé, a vida católica está repleta de usos e costumes, que são passíveis de mudanças, como gostos musicais, tipos de roupa, etc. Pegue dois jovens católicos, ambos fiéis à doutrina, mas um do século 19 e outro do nosso tempo. Ambos compartilham a mesma doutrina, mas são diferentes no que vestem, no que comem, no modo de falar, no lazer... Estas mudanças podem e devem ser reconhecidas. É claro que devemos ter sabedoria para identificar se algum costume nosso pode ser prejudicial à própria santificação ou a do próximo. Por exemplo, no caso das meninas, o uso de uma mini-saia pode ser conflitante com o seguimento do 6º mandamento da Lei de Deus (não pecar contra a castidade). Pode ser que a letra de uma música que ouçamos contenha uma letra explicitamente contrária ao modo de vida católico (e quantos não há, até mesmo com letras pornográficas). É preciso que, quer comamos, quer bebemos, quer estamos nos divertindo ou trabalhando, a nossa vida corresponda à Fé que professamos e à santidade que se espera de um católico.

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