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domingo, 13 de janeiro de 2013

O corpo é o templo do Espírito Santo

Por José Renato Leal

A Igreja ensina expressamente: as relações sexuais devem se dar apenas dentro do matrimônio. Infelizmente, este é um dos ensinos da Igreja de Cristo mais solenemente desprezado pela grande maioria das pessoas. Muitos católicos sequer tem o cuidado de examinar a sua própria Fé antes de decidir ter relações. Vivemos num mundo onde a sensualidade está espalhada por todos os ambientes: pelo vestuário, pelas revistas, pelos programas de TV, pelos filmes. Tudo que estou dizendo parece bastante antiquado, não é? Eu compreendo. Estamos tão acostumados com este estado de coisas que questionar tudo isso parece algo estranho a nossa mente. Nós nascemos, crescemos e vivemos dentro deste estado de coisas por muito tempo. Parece estranho colocar em xeque tudo isto. Mas só parece... eu tenho uma informação importante para lhe dar: qualquer um que queira ser um autêntico católico deve aprender a desconfiar do que lhe é apresentado pelo mundo. Não devemos nos conformar tão rapidamente. Eu já disse uma vez aqui: a vida cristã não pode ser uma sucessão de acertos e conformidades com as modas da sociedade. Não! O verdadeiro católico passa tudo sob o crivo da doutrina que ele professa e recebeu no dia de seu Batismo. 

A relação sexual é ato máximo da união entre o homem e a mulher. É a chamada consumação do matrimônio, é como que um segundo endosso que um presta ao outro de seu amor indissolúvel. Não é algo que devemos instrumentalizar para aproveitar prazeres momentâneos. Se compreendêssemos que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que nós, inteiros, corpo e alma, somos chamados a coisas elevadas, que somos chamados a considerar todas as coisas deste mundo à luz das coisas espirituais. Não podemos agir como folhas soltas e levadas pelo vento. Como entender que há coisas que, embora possamos, não nos convém fazer? Que ensinamento salutar é este. Possamos silenciar nossos pensamentos para pensar sobre isso. Deixemos de lado por um instante aquelas sentenças que proferimos como juízes contra a lei de Deus, sentenças que nascem da falsa certeza de que existem assuntos de nossa vida das quais nem mesmo o próprio Deus pode se meter. Quão enganados nós somos se pensamos assim... Para Deus, não há pontos cegos. Não há altura ou profundeza de nossa alma que não esteja ao alcance do Reino de Deus. Cristo reina. Ele deve reinar sobre nós até que todos os seus inimigos estejam sob seus pés. E quais são inimigos de Cristo? São eles: a vaidade, o orgulho, a imoralidade, a auto-suficiência. O que nos aproxima das modas deste mundo é, muito provavelmente, aquilo que está nos afastando de Deus. Mas nós continuamos a preferir nos conformar a este mundo, nós ainda preferimos estar de bem com este estado de coisas onde o que importa é desfrutar dos prazeres sensíveis sem nos importar se estamos agindo com a ordem desejada por Deus. Fomos feitos para ser semelhantes a Deus, e Deus é paz, é justiça, é amor. 

Se nos entregamos sem critério ao outro pela relação sexual, sem que tenhamos por ela se unido em matrimônio, ainda na previsão de que este relacionamento não perdure por um motivo qualquer, estamos sendo injustos. A justiça é dar a cada um o que é devido. Desta forma, estamos sendo injustos com Deus, não lhe dando a obediência que Lhe é devido; injustos com o outro, pois não é devido a ele o que lhe é oferecido fora do tempo (o enlace carnal) e o que lhe seria devido (o respeito e o testemunho cristão) não é dado - portanto, uma injustiça de mão dupla; e finalmente, injustos com nós mesmos, pois ao corpo deve ser dado oportunidade para glorificar o Senhor pela castidade, e não para que sirva ao desejo egoísta do ser humano. Possamos amar a santa pureza do corpo e da alma. Quando falo em pureza, devemos abandonar aquela visão caricata que o mundo dá a ela. Aquele que abraça a pureza faz reinar sobre si a paz. É uma pessoa inteligente. Ela se aproxima do domínio de si mesmo, que consiste em permitir que a força do Espírito Santo já sobre ela. Consiste em permitir que o Reino de Cristo venha sobre ela. E isto se dá quando esta pessoa reconhece sua ignorância e dobra seus joelhos diante de Cristo que fala por meio de sua Igreja.

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